E se a doença vier?
A vida se desenrola, envelhecemos a cada suspiro, desde o
nascimento até o último.
Construímos um edifício, com muitos andares, ou seria uma
escada com vários degraus?
O Tempo é uma escada em caracol, que só nos proporciona uma
visão: Degraus.
Nesta escada não existe a possibilidade de descermos, só
temos “lembranças” do que passou, não podemos ver, senão na memória, o que
deixamos para trás.
Tão pouco, exceto pela imaginação, o que virá nos próximos
degraus e mesmo assim, sem que também necessitemos de qualquer vontade para
avançarmos.
Alguns de nós buscamos lenientes para esta escalada, outros
correm como se pudessem avançar mais rápido.
A vida se desenrola, a cada patamar experimentamos outras
sensações e, muitas vezes, somos resistentes, outras resilientes. O Fato é que
tememos o desconhecido, o que será, ou virá, nos próximos passos.
De repente podemos nos encontrar com o “infortúnio” com o
refutável, com o inadmissível nos projetos. Não mais que de repente podemos nos
deparar com a doença.
Instrumento da senhora morte carnal, ou meio de
aprimoramento do espírito?
Quais seriam as perguntas? Quais seriam as dúvidas? Quantas “brigas”
com o sagrado!!!
E as respostas? Onde estão as respostas.
Talvez dentro do seu mais profundo pensamento, incompreensível
intimidade.
Esse talvez seja o ponto central do assunto:
Somos humanos e queremos, por nossa prepotência, sermos
divinos, somos frágeis e nos mostramos senhores.
Ela, a doença, pode nos trazer de volta a condição de
fragilidade humana, nos faz enxergar nossos limites, nos reaproxima da verdade,
nos permite reorganizar a vida, os pensamentos, a fé. Sim a fé.
É nesta condição que vemos quanto somos falíveis, caem
nossas máscaras, nos encontramos com nosso intimo. Temos que nos reconciliar
com aquele “Eu”, que negligenciamos, que demos de ombros, que convenientemente
afogamos em nossos anseios, sobrepostos as nossas verdades.
Descobrimos que não podemos brincar de sermos “deuses” de
nossas vidas.
-Uma explicação, tem que haver uma explicação!
Talvez o que mais nos desassombre é que estamos aqui por
tempo determinado, que a doença nos faz perder vínculos com esse lugar que não
é nossa casa. Buscamos alcançar a eternidade, promessa de Jesus.
Lá é que teremos vida plena. Na casa do Senhor, onde existem
muitas moradas. Lá não pagamos aluguel, é nosso, lugar definitivo. Aqui pagamos
um “consórcio” através da fé, da caridade, do amor e o bem será resgatado ao
encontrarmos a Luz que irradia da face do Mestre.
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